quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Erundina cobra debate sobre problemas de SP no 2º turno e critica aliança PSDB-PSB em 2014



Erundina cobra debate sobre problemas de SP no 2º turno e critica aliança PSDB-PSB em 2014 Em entrevista à Carta Maior, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) disse que o candidato do PT à prefeitura de SP, Fernando Haddad, pode se diferenciar de José Serra se conseguir "mostrar" que possui um projeto para a cidade. Ela comemorou os resultados do PSB na primeira fase das eleições municipais e afirmou ser um equívoco considerar, neste momento, uma aliança com os tucanos para 2014. 

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) lamentou nesta terça-feira (9), em entrevista à Carta Maior, que o primeiro turno das eleições municipais de São Paulo tenha tido pouco espaço para discussões sobre os problemas da cidade, e cobrou esse debate no segundo turno. Ela apoia o candidato do PT, Fernando Haddad, na disputa contra o tucano José Serra.

 “É esse o recado que vem das ruas. Na campanha do primeiro turno, participei de dez plenárias na periferia, junto aos movimentos sociais, e as pessoas querem saber o que será da saúde, dos transportes, das questões metropolitanas”, afirmou ela, criticando uma pauta que se teria se focado em “religião e consumo”. 

Erundina criticou também a possibilidade de o debate, a partir de agora, focar-se nos casos de corrupção que envolvem PT e PSDB. Essa deve ser uma das estratégias dos tucanos no segundo turno, que ocorrerá durante o julgamento do chamado “mensalão”, pelo Supremo Tribunal Federal. “O Haddad não pode entrar na lógica da disputa moral, porque isso empobrecerá a campanha”, sugeriu. 

A ex-prefeita de São Paulo defende que o petista pode se diferenciar de Serra se demonstrar à população que possui propostas “completas e estruturais para o desenvolvimento da metrópole”. Por exemplo, citou a descentralização da gestão, concedendo poder e independência às subprefeituras, o orçamento participativo e o conselho de representantes. “Muito mais do que investimentos sociais, que a direita também pode fazer, são essas iniciativas de gestão que definem um governo democrático e transparente hoje em dia”, disse. 

PSB em destaque 
Erundina também comentou o crescimento obtido pelo PSB na primeira fase das eleições municipais. O partido foi o que mais cresceu em número de prefeituras sob seu comando, saltando de 310 vitórias, em 2008, para 433, agora, uma expansão de quase 40%. Entre os grandes e médios partidos brasileiros, apenas o PT também avançou: passou de 554 prefeituras para 625, um crescimento de quase 13%. 

A cúpula do PSB se reunirá nesta quarta-feira (10), em Brasília, para avaliar esses resultados. Para a deputada federal, as vitórias eleitorais são “o reconhecimento” por administrações do partido, que, no entanto, continua muito concentrado no Nordeste. “Se quisermos ter um projeto nacional viável, precisamos estar mais presentes nos maiores colégios eleitorais do Sudeste, ou seja, em São Paulo, Minas e Rio”, afirmou. 

O governador Eduardo Campos, de Pernambuco, é constantemente citado como um presidenciável em 2014. “Mas é um debate que não deve ser antecipado”, pondera. Erundina critica, ainda, a hipótese de uma aliança com os tucanos para viabilizar uma alternativa ao PT em 2014. “É um equívoco. A política não é mecânica, é dialética. Não faz sentido repertir modelos que já revelaram seus problemas no passado. Se quisermos um projeto nacional sustentável, precisamos superar outros desafios antes de pensar em alianças eleitorais”, disse ela. 

Marcel Gomes - Carta Maior - São Paulo 10/2012 
Foto: Agência Câmara

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