quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mortalidade Materna – Descaso Institucional


Hoje é o dia de Combate à Mortalidade Materna, portanto, um dia de LUTA!

                                                   Imagem: Grupo Imagem Diagnóstico

Embora o Brasil tenha melhorado muito o índice de óbitos maternos – de 141 para 68 óbitos por 100 mil crianças nascidas vivas – no período de 20 anos (1990 a 2010), ainda se encontra ABAIXO do valor estabelecido pelos objetivos do milênio (ODM) de 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos.
Há especificidades na condição feminina que implicam a atenção preventiva por parte das políticas públicas: reprodução e doenças inerentes a esta condição, como o câncer de colo de útero e o de mama, além da vulnerabilidade das mulheres à toda sorte de violência, tanto doméstica como sexual.
Como consequência, temos necessidade de maiores investimentos por parte do Estado o que não se restringe à ampliação do atendimento, mas à melhoria significativa da infraestrutura tecnológica voltada aos mesmos.
O exercício da sexualidade plena pela mulher está longe de ser exclusivamente de âmbito privado, mas é uma questão de saúde pública e de garantia de direitos. A reprodução é inerente à mulher e, assim, o acesso a métodos contraconceptivos, particularmente os anticoncepcionais, é um indicador importante da garantia do Estado aos direitos femininos.
Com base nos dados recentemente divulgados pela Secretaria das Mulheres da Presidência da República, no relatório RASEAM *, aponta para fatores como cor/raça, além de grau de escolaridade e maior renda, influenciam a frequência às consultas médicas periódicas e são as mulheres brancas aquelas têm maior assiduidade aos exames periódicos.
Para as mulheres negras, pioraram alguns indicadores de mortalidade ao longo dos últimos 20 anos, em decorrência de um acesso desigual aos serviços de saúde. As mortes por abortos mal realizados (4% dos óbitos) poderiam ter sido evitadas se, por suas proporções e pelo DIREITO inerente à mulher em dispor de seu próprio corpo e administrar sua saúde, tivéssemos casos de abortos tratados como um problema de saúde pública: em mais de 66% dos óbitos maternos decorreu de causas relacionadas à gravidez, em grande medida evitáveis.
Por tudo que dissemos o DIA DE COMBATE À MORTALIDADE MATERNA ganha a conotação de mais um desafio para que a história da mulher no processo civilizatório, seja escrita por ela mesma!
Texto: Assessoria 

Nenhum comentário:

Postar um comentário