Por: Equipe ANDI
Foto: Sérgio Francês
Debates
da manhã de hoje (5) no Congresso Nacional destacam a relação entre
propaganda e obesidade infantil e a importância de preservar a
Classificação Indicativa
A propaganda sem controle, sobretudo de alimentos industrializados, a
obesidade infantil e a infância como alvo das campanhas de marketing
foram alguns dos temas em debate durante a manhã de hoje no evento Infância e Comunicação – Marcos Legais e Políticas Públicas.
O encontro reuniu, na Câmara dos Deputados (Brasília/DF),
parlamentares, especialistas internacionais como Susan Linn, autora do
livro Criança e Consumo, e ainda órgãos do governo e de setores
preocupados com as políticas públicas para a infância e a adolescência.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o compromisso com um
novo marco regulatório significará avanços fundamentais neste setor. A
deputada Luiza Erundina (PSB-SP) lembrou que a questão não tem
mobilizado o Congresso mas está presente nas ruas e nos movimentos da
sociedade civil. “Não dá para imaginar que esta Casa esteja a preservar
os direitos porque a Classificação Indicativa é a única forma de
preservar crianças”, afirmou ela, lembrando que o tema está em debate
desde a primeira conferência de Comunicação Social.
O deputado Jean Willys (PSOL-RJ,) que coordenou a primeira parte do
debate sobre a publicidade infantil, alertou sobre a responsabilidade do
governo e dos órgãos públicos que incentivam o consumo, principalmente
nas chamadas classe C e D, mas não se preocupam com a educação para um
consumo consciente e de respeito ao meio ambiente.
Autora do Criança e Consumo, livro que inspira até hoje os debates
sobre a vulnerabilidade das crianças e a publicidade e diretora do
Centro de Mídia Infantil Judge Baker em Boston, Susan Linn aponta que a
importância de uma regulamentação está diretamente ligada à proteção da
criança. De acordo com Susan, US$ 70 bilhões são gastos anualmente nos
Estados Unidos só com a publicidade voltada para as crianças e
adolescentes.
O procurador Aurélio Rios declarou que a Classificação Indicativa é
uma das preocupações do grupo de trabalho sobre Comunicação Social
coordenado por ele em parceria com a sociedade civil. Em defesa também
do marco regulatório e da modernização da legislação, a deputada Luiza
Erundina informou que pretende recolher assinaturas para pressionar o
Congresso a debater e avançar sobre o tema. “Eu me lembro que participei
na Itália de um Tribunal Permanente dos Povos. O Brasil se destaca pelo
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) como marco institucional e
legal. Por outro lado, era um país que apresentava o quadro mais crítico
e grave de atentado aos direitos das crianças e adolescentes” afirmou.
Participaram ainda da mesa de abertura a conselheira Alessandra Mara
do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda),
o procurador federal dos Direitos do Cidadão Aurélio Rios, o
representante do UNICEF no Brasil Gary Stahl, e Veet Vivarta,
secretário-executivo da ANDI.
O evento Infância e Comunicação –Marcos Legais e Políticas Públicas é
uma iniciativa da ANDI – Comunicação e Direitos, em parceria com a
Secretaria Nacional de Justiça (órgão do Ministério da Justiça), com a
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente
(órgão da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República) e
do Conanda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário