Deputada Luiza Erundina faz a indicação de Dom
Tomás Balduíno à Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder
Câmara
O conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara definiu no
começo de novembro as personalidades que serão homenageadas esse ano. A Comenda
de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara foi criada em 2010 e se propõe a
homenagear as pessoas que contribuíram para a defesa dos direitos humanos no
Brasil. A escolha é feita por um conselho formado por 16 senadores. As personalidades
foram anunciadas pela senadora Ana Rita (PT/ES), após a comissão decidir pelos
cinco nomes que serão agraciados e mais um in
memoriam. Os nomes aprovados pela comissão foram: dom Marcelo Pinto
Carvalhera, Jair Krischke, dom Eugênio de Araújo Salles, o ministro Carlos Ayres
Britto e dom Tomás Balduíno. In memoriam, o major brigadeiro Paulo César
Fonteles de Lima. Podem indicar candidatos à comenda entidades governamentais e
não-governamentais ligadas à defesa e promoção dos direitos humanos, deputados
e senadores. A deputada federal Luiza Erundina foi quem indicou o nome de dom
Tomás Balduínio. Um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra, em 1975, dom
Tomás presidiu a entidade de 1997 a 1999, quando a luta pela posse de terra
começou a se intensificar em todo país. A comissão foi criada em plena ditadura
militar como resposta à grave situação vivida por índios, posseiros e
trabalhadores rurais, especialmente na Amazônia. Nas duas últimas décadas a CPT
tornou-se a principal fonte de denúncias da crescente violência em torno da
luta pela posse de terra no país. Emitiu relatórios, criticou governos por
omissão e lentidão na implantação da reforma agrária e acusou a Justiça de
parcialidade exigindo atuação dos juízes contra a impunidade. No episódio do
assassinato da freira americana Dorothy Stang, em Anapu, no Pará, dom Tomás
criticou o governo federal por falta de ação. O bispo, que já havia apontado o
agronegócio e o poder judiciário como os responsáveis pela violência, acusou o
governo do Pará de estar envolvido com os crimes ocorridos no estado.
Recentemente, vem denunciando abusos que têm sido praticados pela polícia de
Goiás, como assassinatos e um grande número de desaparecimentos. Dom Tomás
apresentou, junto com a Comissão Dominicana de Justiça e Paz no Brasil, em
junho desse ano, um documento que reúne essas denúncias e aponta para a
criação, por parte dos militares, de um grupo de extermínio que tem atuado com
ferocidade no estado do Goiás. A Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara será
entregue em dezembro.
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