Para a deputada federal, muitos crimes ocorridos no período
da ditadura no Brasil ainda serão desvendados (Foto: PSB-Paraíba)
São Paulo – Seminário internacional sobre a Operação Condor,
organizado pelo governo federal e pela Câmara dos Deputados, em
Brasília, tem avaliação positiva da deputada federal Luiza Erundina
(PSB-SP), que preside a Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça,
e é também uma das organizadoras do evento. A atividade, iniciada ontem
(4), terminará na tarde desta quinta-feira (5).
A Operação Condor foi uma articulação político-militar entre
Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. O objetivo era eliminar
ativistas de esquerda que lutavam contra as ditaduras em seus países.
“O resultado do debate de ontem, somado com o que ocorre hoje
certamente deixará elementos e sugestões de iniciativas a partir desse
seminário. Há um enorme interesse sobre o tema e há muita coisa para se
descobrir sobre essa ação criminosa que foi feita entre os vários países
do cone-sul, o que mostra que o terrorismo de estado de fato ocorreu”,
disse Erundina.
Segundo a deputada, o seminário contribuirá principalmente para o
debate sobre Lei da Anistia brasileira e o papel de agentes do estado
responsáveis por crimes durante a ditadura militar (1964-1985). “Mantida
a posição do Supremo a respeito da Lei de Anistia, a Comissão da
Verdade vai simplesmente produzir um relatório para ser colocado no
arquivo nacional. Isso não justifica tanto tempo de espera”, afirmou.
“Espera-se que esse processo de mobilização e de pressão da sociedade
sobre o Congresso e sobre a Comissão Nacional da Verdade resulte na
possibilidade de se ter uma revisão da Lei de Anistia. A articulação
latino-americana, a partir desse seminário, vai exercer pressão política
e expor o Brasil à opinião pública”, disse. O resultado desses debates
será entregue à Comissão Nacional da Verdade.
Publicado em 05/07/2012
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