A
Câmara Municipal de São Paulo, em uma iniciativa do vereador Toninho
Vespoli (PSOL) e do Comitê de Solidariedade ao bispo Dom Pedro
Casaldáliga, recebeu nesta quinta-feira mais de 300 pessoas para um ato
em defesa da comunidade indígena Xavante, localizada no Mato Grosso, e
do bispo Casaldáliga.
No
ano passado, a Justiça determinou que fazendeiros que ocupavam o
território Marãiwatsédé — que tem mais de 165 mil hectares e fica entre
os municípios de São Félix do Araguaia, Alto Boa Vista e Bom Jesus do
Araguaia — deixassem essas áreas para uso do povo xavante.
Após
a retomada da região pela comunidade indígena, Dom Pedro Casaldáglia,
um dos principais apoiadores da causa, começou a receber ameaças de
morte e precisou sair do Estado do Mato Grosso. Atualmente, ele vive sob
proteção policial.
Para
o vereador Vespoli, essa situação não pode continuar e os debates são
fundamentais para que a população saiba o que está acontecendo. “O
nosso objetivo é chamar a atenção da sociedade para o que está
acontecendo com Dom Pedro, e a Câmara Municipal é um espaço para o povo
se manifestar e colocar suas demandas”, afirmou.
O
coordenador do Comitê de Solidariedade, Paulo César Pedrini, disse que é
importante a participação da sociedade para combater esse "absurdo".
"Resolvemos criar esse colegiado porque ficamos incomodados em saber que
Dom Pedro e a comunidade xavante estava sendo ameaçada, sendo que a
terra havia sido tomada dos índios. Precisamos ficar atentos ao que está
acontecendo e apoiarmos os índios e o bispo Dom Pedro."
Durante
o evento, Paulo Maldos, secretário nacional de Articulação Social da
Secretaria-Geral da Presidência da República, explicou que os índios da
comunidade xavante foram retirados à força em 1966 do território.
“Estimamos que mais de duas mil pessoas ocupavam essa área pertencente
aos índios. A Justiça determinou que a comunidade indígena retomasse
essa localidade, e hoje todos os não-índios foram retirados do local”,
afirmou. Maldos ainda revelou que os fazendeiros que ocuparam o
território xavante devem mais de R$ 150 milhões em multas ambientais.
“Eles nunca pagaram nada e devastaram toda aquela área”, disse.
O
evento contou com a participação de representantes de várias entidades
da Capital. “Precisamos participar ativamente, ir para as ruas e mostrar
que estamos apoiando Dom Pedro”, disse Marcel Vitorino, coordenador da
Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo.
O ex-vereador Jamil Murad (PCdoB) e a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSB) também participaram do evento.
Fonte: Site da Câmara Municipal
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