A entrevista que a ex-prefeita de São Paulo e deputada federal Luiza Erundina (PSB) daria ao programa Manhã Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, na quarta-feira, dia 9, às 10h30, foi cancelada -- possivelmente pela direção da emissora – a uma hora de entrar no ar.
No programa, a parlamentar trataria do projeto de lei nº 55//2011, que propõe a obrigatoriedade de consulta à população sobre aumento dos salários de deputados, senadores e presidente da República.
Embora o tema desperte o interesse da sociedade, sobretudo porque no apagar das luzes, em dezembro, o Congresso aprovou reajuste de 62% nos subsídios dos parlamentares e da presidenta Dilma Rousseff, Erundina acabou impedida de explicar sua proposta. Motivo? A deputada entrou com pedido de requerimento de audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) para debater a renovação da concessão das emissoras de rádio e TV, Globo, Record e Bandeirantes.
Segundo Erundina, a legislação prevê que a cada 15 anos seja revista a concessão, uma vez que os responsáveis pela emissora não são donos, mas permissionários. Grosso modo, estão sujeitos à devolução da rede caso haja irregularidade na prestação de serviço ou ao término da concessão, se o governo decidir. As emissoras, diz a deputada, estão há 30 anos sob processo de renovação automática e a Rede Bandeirantes, que se diz democrática, impôs um veto a ela.
“Entrei com o requerimento de audiência para ouvir os concessionários sobre a renovação. Entendemos que a cada renovação tenha que haver debate para ver se o serviço continua atendendo o interesse público”, disse.
Segundo ela, esse debate para avaliar a qualidade da programação, do serviço público prestado, a adequação à legislação, ocorre em todo mundo. Entretanto, disse, “a direção da Bandeirantes ficou irritada e ao final o requerimento nem foi aprovado pela Comissão”, explicou. Indignada, ela se manifestou na tribuna da Câmara.
Erundina, que não terá espaço na Bandeirantes, segundo informações obtidas por sua assessoria junto ao Grupo, disse que poderia recorrer à Constituição para reaver seu direito, mas não vai: “Tenho coisas importantes para cuidar”, concluiu. O Grupo Bandeirantes foi procurado, sexta-feira, 11, para comentar a suposta censura, mas avisou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre o tema.
Fonte: Jornal Metrô News 14 de fevereiro de 2011
Por Ricardo Filho
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