A Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação
Popular reunida no dia 10 de junho de 2013, no Plenário 16 da Câmara dos
Deputados, examinou a seguinte pauta: i) atividades do Grupo de Trabalho da
Câmara dos Deputados sobre proposta de Nova Lei Eleitoral e ii) atividades da
Comissão Mista do Congresso Nacional para “Consolidar a Legislação Federal e
Regulamentar Dispositivos da Constituição Federal”.
Após exposição sobre cada uma dessas atividades e discussões
sobre qual seria a posição da Frente em relação aos dados apresentados, foram
tomadas as seguintes decisões:
- Com relação à proposta de Nova Lei Eleitoral solicitar uma
audiência com o Grupo de Trabalho, através do seu coordenador, para que a
Frente tenha os esclarecimentos necessários sobre as propostas já apresentadas
pelos parlamentares que integram o GT e possa estabelecer um diálogo com o
referido colegiado. Pelas discussões ocorridas durante a reunião, as organizações
presentes manifestaram preocupação com algumas propostas que, se aprovadas,
significarão um retrocesso em relação à legislação eleitoral em vigor e em
conquistas dos movimentos sociais.
- Com relação à Comissão Mista, que reúne Câmara e Senado, as
discussões indicaram a necessidade de conhecer melhor o que está sendo tratado
pelo referido coletivo, suas competências e limites de atuação, no que se
refere à Constituição Federal, à legislação vigente e ao Regimento Comum do
Congresso Nacional.
Os participantes da
reunião ficaram indignados com o silêncio e a falta de transparência da
Comissão quanto a suas atividades, as ações que vem encaminhando e suas
consequências. Regulamentar dispositivos constitucionais sem discussão com a
sociedade e nem mesmo com as lideranças partidárias é no mínimo temerário.
Pelas informações que chegaram à reunião da Coordenação da Frente Parlamentar a
composição da Comissão Mista (6 deputados e 6 senadores) não contempla a
representação proporcional das bancadas partidárias, o que significa grave
irregularidade que compromete a legitimidade do referido coletivo. Além disso, adota um rito especial que exclui
qualquer possibilidade de debate com a sociedade, visto que as propostas de lei
sequer são apreciadas pelas Comissões Permanentes da Câmara e do Senado.
Regulamentar dispositivos constitucionais sem o devido respeito à publicidade é
uma violação à própria Constituição.
Assim, a Frente Parlamentar decidiu interpelar os Presidentes
das duas Casas do Congresso Nacional sobre a criação da Comissão Mista com
todas essas irregularidades; os próprios membros do colegiado; a forma
autoritária e nada transparente como vem funcionando e indiferença quanto às
graves consequências que os resultados do seu trabalho poderão trazer.
Finalmente, a Frente Parlamentar pela Reforma Política convoca
a todos e todas que têm compromisso com a preservação e o fortalecimento da
democracia no Brasil a se manifestarem contra esse flagrante atentado ao Estado
democrático de direito e à cidadania política brasileira.
Brasília, 12 de junho de 2013.
Deputada LUIZA ERUNDINA DE SOUSA (PSB-SP)
Coordenadora
Organizações e Parlamentares presentes à reunião assinam esta
Nota.
Deputado Chico
Alencar (PSOL-RJ )
|
Senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
|
Senadora Lídice da
Mata (PSB-BA)
|
Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
|
Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
|
Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – Diap
|
Instituto de
Estudos Socioeconômicos – Inesc
|
Associação Brasileira de Organizações não Governamentais – Abong
|
Centro Feminista de
Estudos e Assessoria – Cfemea
|
Comissão Brasileira Justiça e Paz
|
Conselho Nacional
de Igrejas Cristãs – Conic
|
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU
|
Articulação de ONGs
de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário