Por Paulo Totti | Para o Valor, de Brasília | 28/02/2014
Foi na tarde em que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que o projeto político e social do atual governo "mofou". A ex-senadora Marina Silva fez coro: "O entulho da velha política atrapalha o Brasil". Estes foram os momentos destacados pela mídia como os mais importantes do ato que PSB e Rede realizaram na Câmara dos Deputados, no início de fevereiro, para anunciar as diretrizes gerais de sua campanha à Presidência e vice da República. Passou despercebido o que aconteceu no início do evento, quando a plateia do lotado Auditório Nereu Ramos se deu conta de que faltava alguém na mesa diretora dos trabalhos. "Erundina! Mesa! Mesa!", ecoou pelo salão. Sob aplausos, a deputada Luiza Erundina de Souza (PSB-SP) foi chamada ao palco. Não lhe deram a palavra, mas um lugar de honra entre figuras ilustres até de terceiras legendas, como a senadora Ana Amélia (PP-RS).
Menos de 24 horas depois, Erundina está no restaurante da Câmara dos Deputados para este "À Mesa com o Valor". Aos 79 anos, a deputada revela jovial entusiasmo, não necessariamente com o que aconteceu no dia anterior - "ontem ou anteontem?" -, mas com as novidades da política brasileira. Para ela, a difusa manifestação das ruas em 2013 foi "uma primavera, uma explosão do anseio de participação popular". E diz acreditar que a aliança PSB-Rede pode absorver e representar essa ansiedade, não só nas eleições de outubro, mas para o futuro. "Sinto-me como nos tempos de criação do PT em 1980".
- Seu otimismo é comovente...
- O povo faz história, cria condições para rupturas democráticas. Acredite nisso.
Gestos teatrais ou alteração do tom de voz são tímidos ante a empolgação das palavras. É a Erundina de sempre, tranquila. E firme. Sua fala é enxuta de adjetivos. Economiza-os até quando lembra retalhos da infância na periferia de Belém do Rio do Peixe, distrito de São João do Rio do Peixe (hoje Uiraúna), a 480 quilômetros de João Pessoa.
Pai, mãe, dez irmãos e uma nesga de terra no sertão da Paraíba. Plantavam feijão, milho, agricultura de subsistência. E um pouco de algodão. "Com a venda do algodão, dava para comprar uma muda (de roupa) para cada filho no fim do ano." A mãe, Enedina, fazia bolos que Erundina vendia na feira. O pai, Antônio Evangelista, era também artesão, trabalhava o couro. Conheciam-no pela produção de selas e arreios que não machucavam os animais. Mas a seca do semiárido, um ano sim, outro não, arrasava a plantação, o movimento da feira minguava, e quem compraria arreios para cavalos mortos? "A cada seca, o pai nos levava pra algum lugar pra tentar não morrer de fome nem de sede. Migrávamos. Os maiores a pé, os menorzinhos num jegue. Quando chovia, voltávamos. Braba foi a seca de 43."
Sou independente. Quando Gilberto Kassab quis entrar no PSB, eu disse "Ele entra por uma porta, eu saio pela outra"
A escadinha de irmãos dividia-se pela metade, os cinco mais velhos eram varões. Erundina puxava a fila de cinco meninas. Os dois primeiros irmãos morreram, "por desnutrição, certamente".
- Hoje levas de retirantes já não invadem as cidades. O que mudou?
- As condições são diferentes. Mas a miséria continua, apesar de atenuada pelo Bolsa Família. Estruturalmente, o problema não mudou. O latifúndio continua e continua a necessidade de buscar a cidade grande para salvar a vida. As pessoas já não fogem a pé, vão de ônibus. Daí se amontoam nas favelas, invadem os espaços vazios, até a polícia vir despejar por ordem da Justiça.
Os pais, semi-analfabetos, queriam que as meninas estudassem. Em São João do Rio do Peixe não havia o que se chamava curso ginasial. Ao terminar o quinto ano primário, Erundina pediu para repetir o ano, não queria ficar longe da escola. Aos dez, uma tia, viúva, acolheu-a em Patos, onde havia um ginásio particular e a mais velha das primas, professora, conseguiu-lhe uma bolsa. "Era também uma família pobre, numerosa. Às vezes faltava mistura (carne) e eu era mais uma boca..." Em Patos, Erundina estudou dois anos. A tia mudou-se para Campina Grande, Erundina foi junto e, também com bolsa, terminou o ginasial em outra escola particular. O "científico", atual ensino médio, pôde ser cursado em escola pública. "Aí, já trabalhava". Estudava à noite e lecionava no primário em escola de irmãs de caridade, onde chegou a formar um coral. A vontade era ser médica, mas não tinha dinheiro para morar em João Pessoa. Ao mesmo tempo, as irmãs precisavam de apoio para continuar a estudar. Erundina resolveu ajudá-las, trouxe-as para Campina Grande - a mãe foi junto, o pai ficou no sertão - e, com seu trabalho, pagou o estudo delas durante nove anos. E desistiu da medicina.
"Só o estudo poderia libertá-las. Lá no sertão o destino das meninas seria igual ao de outras da minha geração: casariam cedo, teriam uma filharada, a miséria se reproduziria e, a cada seca, estariam pelas estradas à espera do inverno."
Sem câmbios no tom de voz, a deputada faz uma revelação:
"Por isso, talvez, o projeto de casamento não se colocou para mim."
A conversa seguia e ninguém à mesa pensara em comer. O garçom avisou que em breve a casa estaria cheia e a comida poderia demorar. O encontro se iniciara ao meio-dia e já eram 12h40. Não havia o tradicional bufê porque a cozinha estava em reformas, mas o restaurante oferecia uma fórmula - "Mesa brasileira" - com duas opções de entrada e de prato principal. Erundina dispensa o creme com couve-flor e escolhe a salada de folhas com tomates, palmitos, crotons e azeite balsâmico. Como prato principal, filé mignon ao molho de vinho com arroz "tipo risoto". Para beber, água sem gás. O fotógrafo Ruy Baron a acompanha. O repórter opta também pela mescla de folhas e prefere salmão com alcaparras e suco de caju. Há três anos, a qualidade da comida do restaurante da Câmara, fornecida pelo Senac, foi criticada neste mesmo espaço - numa entrevista com o deputado Romário Faria (PSB-RJ). Desta vez, o Senac reabilitou-se. A salada, pela delicadeza do tempero, saborosa. O prato principal, irrepreensível.
Nos nove anos que passou sem estudar, a jovem mergulhou na militância. Eram tempos de dom Helder Câmara em Recife e de dom José Maria Pires em João Pessoa. Sem ser beata e nunca ter pensado em ser freira, mas inspirada na pregação dos dois arcebispos, Erundina ligou-se à Ação Católica. "Já tinha uma concepção cristã de justiça e me dediquei ao trabalho de conscientização e politização na periferia. Nos domingos, ia mais a reuniões com os pobres do que à missa. Foram anos de outro aprendizado, o da solidariedade".
Depois de quase uma década, volta aos estudos e é aprovada no vestibular da recém-criada Faculdade de Assistência Social de Campina Grande. Passados dois anos, transfere-se para João Pessoa, onde trabalha como auxiliar administrativa no então INPS e conclui a graduação na Universidade Federal. Volta para Campina Grande no cargo de secretária de Educação e Cultura do município. Em 1968, consegue uma bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes) para o mestrado na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. "Havia o compromisso de que, na volta, seria professora na Universidade Federal da Paraíba, necessitada de pós-graduados em sociologia. O Exército me vetou. Era sexta-feira, quando a nomeação foi cancelada. Na segunda seguinte ia começar o ano letivo de 1970. Guardo a carta do reitor, um oficial da reserva." A "opção pelos pobres" passou a ser monitorada. Ao sair de uma reunião com empregadas domésticas, encontrou um jovem que fora seu vizinho em Campina Grande. Conversaram um pouco e, "muito sem jeito", o rapaz disse ser informante do Exército com a missão de segui-la. Uma amiga, parente de um general, pergunta a este sobre a situação de Erundina. Resposta: "É melhor ir embora; se ficar, acaba presa como subversiva ou desaparece".
Decide mudar-se para São Paulo. Faz concurso para a Prefeitura e, em 1971, começa a trabalhar como assistente social em cortiços e favelas. "A luta era a mesma do sertão: o pobre e sua tentativa de fugir da pobreza."
Passou quase dez anos entre os excluídos da grande metrópole. Com colegas de profissão reativou a associação dos assistentes sociais. Em 1979, o governador biônico Paulo Maluf (agora no PP) patrocina em São Paulo um congresso de assistentes sociais que julgava adeptos do regime.
Erundina e sua turma resolvem comparecer e, fruto de pertinaz trabalho em um plenário de três mil pessoas, conseguem derrubar a direção "pelega" do congresso. Caem também os homenageados. Sai Maluf e entra Luiz Inácio da Silva, líder das greves do ABC. Lula é o orador no encerramento. Retifica o que dissera num comício, quando acusara assistentes sociais de tentar aliciar trabalhadores para furar a greve na Volkswagen. "Descobri aqui que há assistentes sociais e assistentes sociais." Nessa noite, Lula e Erundina se conheceram, num contato breve.
"No dia seguinte, Lula mandou recado: 'Se não tiver nenhuma vinculação com esses grupos de esquerda clandestinos, está convidada a se juntar a nós e fundar o PT'. Sou do PT a partir daí. Estou entre os 113 que assinaram a ata de fundação."
Para Erundina, no sertão ou nas favelas, a situação é a mesma: "O pobre a tentar fugir da pobreza"
- Não militava na Ação Popular (AP), Ação Popular Marxista-Leninista (APML), PCdoB, que tinham muitos quadros de origem católica?
- Não. Nunca participei de qualquer grupo clandestino. Atuava com o pessoal da Ação Católica, abertamente.
- Como é a sua relação atual com Lula?
- Não existe.
A partir daí, a vida de Erundina é conhecida. Vereadora em 1982, deputada estadual em 1986 e, em 1988, primeira mulher, e nordestina, e de esquerda, a ganhar eleição para prefeito de São Paulo. Nas prévias do PT para a escolha do candidato, derrotou Plínio de Arruda Sampaio, hoje no PSOL. Erundina era considerada a radical, tinha apoio do sociólogo Florestan Fernandes, do ex-guerrilheiro José Genoino, de facções católicas e trotskistas. Com Plínio, o moderado, estavam Lula, José Dirceu, Ruy Falcão. "Não era a candidata deles e não fui a prefeita deles. Lula não foi à minha posse. Foi a Porto Alegre para a posse de Olívio Dutra".
- A direção do PT sabotou sua administração?
- Atrapalhou. Questionavam minhas decisões, queriam estatizar tudo. Como é que iria estatizar o transporte coletivo, uma frota sucateada? O serviço ia ficar pior. Foi um governo difícil. A oposição estava na imprensa; na maioria dos vereadores; no governo do Estado, com Orestes Quercia e depois Luiz Antônio Fleury; no governo federal, com José Sarney e depois Fernando Collor; nos malufistas saudosos da ditadura, e no Tribunal de Contas, com conselheiros indicados pelos prefeitos anteriores. E em parte do PT. O que me salvou foi o secretariado de nível ministerial escolhido por mim: Marilena Chauí, Paulo Freire, Paul Singer, Ermínia Maricato, Hélio Bicudo, Dalmo Dallari...
Controlou a enorme dívida deixada pelo antecessor, Jânio Quadros, e chegou a tentar o passe livre no transporte público. O sistema, engenhoso, um tanto romântico, se pagaria com um "plus" no IPTU. A iniciativa foi abortada por oposição da Câmara e da imprensa, que convenceram o próprio PT de que o povo não valorizaria, pelo contrário, depredaria, algo oferecido de graça.
O PT perde as eleições em São Paulo e Maluf volta à prefeitura. Em Brasília, há o "impeachment" de Collor e assume Itamar Franco, com ambição de formar um governo de união nacional. Itamar, "homem sério, honesto", convida Erundina para o Ministério da Administração, cargo que exerceria apenas de fevereiro a maio de 1993. Ela aceita, sem consultar o PT, que decidira manter-se na oposição. A indisciplina custou-lhe a suspensão dos direitos partidários. Volta um ano depois e, em 1996, disputa novamente a prefeitura e perde no segundo turno para Celso Pitta (PPB). O clima no partido, porém, já não lhe é acolhedor. Em 1997, sai do PT e vai para o PSB. Elege-se deputada federal em 1998 e se reelege a partir de então. Está agora no quarto mandato, aspirante ao quinto. Em 2000, tentou voltar à prefeitura, mas foi derrotada por Marta Suplicy (PT). Dois anos depois, apoia Lula para presidente - também Dilma Rousseff em 2010. Em 2012, estaria novamente ao lado do PT como candidata a vice de Fernando Haddad para a prefeitura, não fosse a bizarra visita de Lula a Maluf, interessado nos minutos que o partido do ex-governador (PP) agregaria à propaganda petista no horário eleitoral. Erundina retirou a candidatura, fiel à crítica que faz à prática política brasileira: "O pragmatismo leva ao abandono dos princípios".
Na Câmara, Erundina atua nas comissões e é assídua em plenário, além de presidente da subcomissão Memória, Verdade e Justiça, que complementa o trabalho da Comissão Nacional da Verdade. Em 2011, apresentou projeto que modifica o artigo 1º, parágrafo único, da Lei de Anistia. "Ao tratar de crimes conexos, dá anistia a crimes comuns, tortura, assassinato. O torturador é anistiado junto com o torturado. São anistiados até os autores de atentados como o do Riocentro, cometido depois de 1979, quando o Congresso, sob pressão militar, aprovou a lei. O STF considerou a lei constitucional, mas o Congresso que a votou pode até revoga-la. Não é lei pétrea." O projeto dorme nos meandros da Câmara.
Ao projeto, "e também à vida pregressa", a deputada atribui o fato de ter sido vetada em visita que parlamentares realizariam no fim do ano passado às dependências onde funcionou o DOI-CODI, célebre e macabra sigla da repressão. Os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Ana Rita (PT-ES) e Randolphe Rodrigues (PSOL-AP) fariam uma inspeção no quartel da rua Barão de Mesquita, no Rio, agora sede da polícia do Exército. Quando incluíram Erundina na lista de visitantes, veio a resposta de que ela não seria recebida. Os senadores recorreram a autoridades mais altas. Até o ministro da Defesa, Celso Amorim, interveio. Chegou-se a um acordo.
- E a visita foi feita?
- Foi. Antes de a gente percorrer os locais onde teriam ocorrido torturas, um oficial fez um relato sobre a história da polícia do Exército, desde o século XIX. Quando chegou a 1964, pulou para os tempos atuais. Reclamei: "Tá faltando um capítulo aí". "Não quero fazer política", disse o oficial.
- A senhora é homenageada em público, exibida até, como integrada na campanha de Campos e Marina. Aconteceu ontem e no dia do anúncio da aliança. Internamente também é considerada, tem influência?
- Em São Paulo não tenho nenhuma influência, a direção estadual decide sozinha. Nos âmbitos estadual e nacional, o PSB tem feito algumas concessões com as quais não concordo. Gilberto Kassab quis entrar no PSB quando saiu do DEM. Chegou a conversar com Eduardo. Aí eu disse: "Entra por uma porta, saio pela outra". Tenho posição de independência, discordo de público. Com isso, evitei também o apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin. Se dependesse só da direção estadual, o PSB em São Paulo continuaria linha auxiliar do PSDB.
Em São Paulo, Erundina (214 mil votos na última eleição para a Câmara) disputa a condução do PSB com seu colega Márcio França (172 mil votos). França, presidente da sigla, tentou o apoio de Campos à reeleição de Alckmin, de cujo governo foi secretário de Turismo e de quem pretendia ser vice. Erundina foi contra e Marina Silva impôs a opção por uma candidatura própria. Márcio, ex-prefeito da litorânea São Vicente, tem votos na Baixada Santista. Erundina, na região metropolitana de São Paulo.
- É candidata a governadora?
- Marina queria que eu fosse. Meu candidato é Pedro Dallari, filho do Dalmo. Professor da USP, ex-presidente do PSB municipal, coordenador da Comissão Nacional da Verdade, é nome representativo, respeitável. Não vamos reduzir tudo ao processo eleitoral. Queremos fazer bonito na eleição, mas, pelo diálogo com a sociedade, criar um saldo de organização capaz, depois da eleição, de continuar o processo de mudança da cultura política brasileira. É a nossa concepção do novo, novo na forma de ser partido, de ser governo, de atuar.
- A senhora é ouvida na formação do programa da aliança?
- Sou mais uma militante. Contribuo com minha experiência e minhas ideias. Me convidam para reuniões, debates, seminários, que se realizam pelo país para aprofundar a proposta geral. É coisa séria, e é pra valer, viu?
Erundina está mesmo animada.
- O que Campos tem de diferente?
- Eduardo é muito aberto. Eu me impressiono que nas reuniões do partido ele sempre fica do início ao fim, o dia inteiro. Não faz como outros, que falam na abertura, ditam ordens e vão embora sem ouvir o que os demais têm a dizer... Ele acompanha tudo, ouve um por um, toma nota. E amarra no fim com base no que anotou. É uma pessoa que aprende fácil!
Sobre Marina, a deputada é igualmente fraterna. "Somos próximas desde a criação do PT, originárias da mesma experiência de respeito ao poder de mudança do povo. Os discursos de Eduardo e Marina são diferentes, mas se complementam no apelo a mudanças qualitativas. Isso é fantástico.
O repórter provoca: "A senhora é católica, Marina foi católica e agora é criacionista."
"Cada um com sua crença." Faz uma pausa e ri, condescendente: "Ninguém é perfeita".
É hora da sobremesa, doces e frutas servidos num aparador perto da cozinha. Erundina volta com generosa porção de pudim e fruta em calda.
- A sua saúde, como está?
- Brinco que, quando filho de pobre não morre no primeiro ano de vida, se cria e dura muito. Estou muito bem. Sou apaixonada pelo que faço, quero mudar as coisas. Há decepções, é claro. Mas ficar parada na frustração, no desalento, é atitude conservadora. Tem que voltar a lutar. A motivação dá vida à gente. Tenho utopias, entendeu?
- A propósito, a senhora vê em Campos chances de vitória?
- Vejo essa possibilidade. PT e PSDB, embora fortes, estão exauridos. Não dá para subestimar o potencial de Dilma, mas não acredito que Aécio (Neves) seja páreo para ela ou para Eduardo. A composição com Marina dá expressão à candidatura de Eduardo num outro nível. É um novo paradigma na forma de fazer política.
A quase octogenária se despede com um beijo. A passos lentos, vai para o plenário, onde a sessão já começou.