quinta-feira, 28 de julho de 2011

“PELO TEXTO ATUAL DO PL N° 7.376, A COMISSÃO NÃO LEVARÁ A NADA”

*Publicado no Jorna da ABI - junho de 2011
Com o sigilo eterno, então a farsa será completa, adverte Erundina.

No mais recente debate público sobre o caso, parentes de mortos e desaparecidos políticos defenderam, no dia 29 de junho, alterações no Projeto de Lei n° 7.376/10, que institui a Comissão da Verdade, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília. Eles querem que a prioridade da Comissão seja a busca por desaparecidos políticos durante a ditadura. De acordo com a representante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Maria Amélia Teles, o governo deve apurar os crimes ocorridos entre 1964 e 1985:

“Queremos uma comissão autônoma, com orçamento e estrutura para fazer essa investigação em todo território nacional”.

Rosário também refutou a possibilidade de participação de militares na Comissão.
“As forças armadas estão sob suspeição até que façam uma autocrítica e venham a público assumir as violações que cometeram. Eles têm de ser depoentes”, disse.

A Deputada Federal Luiza Erundina (PSB/SP) chegou a afirmar que o Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional, que cria a Comissão da Verdade, do jeito como está sendo apresentado, não leva a nada, uma vez que inclui até representantes dos militares ao lado dos representantes dos torturados. Com a tramitação do projeto de ‘sigilo’ – eterno ou por até 50 anos – para documentos secretos e ultra-secretos, a farsa ficaria, então completa.

Ironicamente, no Congresso já se fala em Cuma ‘Comissão da Verdade Oculta’. Durante a audiência pública, em 29 de junho, em Brasília, o Deputado Federal jair Bolsonaro (PP-RJ) provocou tumulto entre os participantes ao dizer que a Comissão da Verdade é parcial.

“Querem apurar tortura, mortes e ocultação de cadáveres, mas não querem apurar sequestros de autoridades e o financiamento da luta armada por Fidel Castro”. Acabou vaiado e xingado por parentes de vítimas do regime, que  acompanhavam a sessão.  

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