Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (20) pela 
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, 
parlamentares e entidades da área foram unânimes quanto à importância do
 funcionamento do Conselho de Comunicação Social do Congresso, mas 
discordaram em relação à forma como foram escolhidos os 13 integrantes.
Por lei, a Mesa do Senado pode indicar todos os nomes. De acordo com o
 presidente do conselho, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani 
Tempesta, foram feitas consultas, e os nomes, escolhidos a partir de 
indicações. O Conselho de Comunicação Social do Congresso ficou seis 
anos sem funcionar e retomou suas atividades há três meses. O objetivo 
do órgão é assessorar a Câmara e o Senado em questões ligadas à 
comunicação, à liberdade de expressão e a questões mais técnicas, como a
 TV Digital.
Ampla consulta
Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação, a escolha dos integrantes deveria ter sido feita após ampla consulta às entidades efetivamente atuantes e considerando as diversas parcelas da sociedade. Ela defendeu uma maior diversidade entre os representantes do conselho.
"O máximo de segmentos deve estar representados para que haja uma 
articulação com outras áreas do governo, como educação, cultura, 
política de gênero, política étnico- racial, que são todas questões que 
tem um rebatimento na programação de TV e de rádio", afirmou.
Processo democrático
Mas, para o deputado Milton Monti (PR-SP), coordenador da Frente 
Parlamentar da Comunicação Social, o processo obedeceu à lei e foi 
democrático. Ele avaliou que é necessário restringir o processo para que
 o conselho funcione adequadamente.
"Houve muitas indicações, de diversos segmentos da sociedade. Algumas
 puderam ser atendidas. Há um número limitado de conselheiros, e outros 
ficaram para uma próxima oportunidade. O Congresso procurou ter um 
conselho enxuto. A formação muito extensa acaba tendo um problema de 
operacionalidade", explicou.
A presidente do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, 
Rosane Bertotti, também não concordou com a escolha, mas disse esperar 
que o conselho cumpra uma missão fundamental para o setor. Para ela, o 
órgão deveria trabalhar na regulamentação dos artigos da Constituição 
referentes à Comunicação Social. Rosane Bertotti afirmou ser preciso 
regulamentar o fim do monopólio dos meios de comunicação e a proibição 
de políticos serem donos de emissoras, entre outros dispositivos.
Foto e texto: Agência Câmara 
Nenhum comentário:
Postar um comentário